O Mickey resolveu não dar sinais de vida durante uma semana inteira (desde que escrevi pela última vez), e eu já achava que tinha fugido e/ou falecido, mas afinal era apenas e só uma manobra de camuflagem.
Não só está vivo da silva, como subiu as escadas. Repito, subiu ao primeiro andar, com aquelas 4 pernitas de roedor que Deus lhe deu. E deixou um carreirinho de caganitas a marcar a rota, qual peregrino de Fátima.
Ora, isto é de um calculismo atroz. Porque acabou de garantir que eu não vou dormir ali, nem que a vaca tussa (bem que pode tossir). Ou seja, vai ficar com a casa só para ele. Se calhar até faz uma house-warming party para os outros roedores do bairro. Vão esgueirar-se todos até à saca do pão e fazer uma orgia de um punhado de migalhas. E vai haver luxúria – o que acontece na saca do pão fica na saca do pão. Depois disso, os ratinhos bébés e o incesto entre eles. E depois uma família, uma comunidade, um estaminé inteiro pleno de ratalhice.
Nisto, os papéis invertem-se e sou eu que sou domesticada. Deixo de ser o predador e passo a ser o animal de estimação, enorme e assustadiço, que saliva antes de comer e guincha com ameaças.
Rato de jardim 2 – 0 Bumba Pavlov.