Porque antes mesmo de contarem já estão a rir-se atabalhoadamente e a pôr a bitola demasiado alta?
E que começam logo por explicar o final – “sabem aquela do tomate que é atropelado e explode?”
E que durante a minúscula história perdem uma estupidez de tempo a deslindar pormenores irrelevantes – tipo se o tomate estava a atravessar uma estrada de terra batida… ou era de alcatrão? faz sentido ser de terra batida porque os tomates nascem no campo não é…?
E que pelo meio baralham os personagens e param para repensar, ficam calados a pensar para dentro, tornam a lembrar-se, gaguejam, recomeçam do princípio, e entretanto já conseguiram secar por completo o coração da audiência…?
E que no final de uma punchline no mínimo medíocre dizem “Perceberam? AHAHAHAH “o tomate foi e puff!” Perceberam?!”
E depois de ninguém se rir no final, tentam gerir os danos irreversíveis na sua vida social com uma justificação deprimente: “oh, eu achei piada, é estúpido, e infantil e tal, mas eu achei engraçado…”
Ya, sou eu.
#piorcontadoradeanedotasdesempre.
E eu. Esmifro-me a rir.
Adoro aquela da loira e de Timor; e a da miúda que está no barbeiro com o avô; e a da Maria, nome de bolacha. A sério, não há vez que as conte que não chore e rir e não fique incapaz de contar o final. E perco a piada.