Gostava só de fechar esta sexta-feira com mais uma história linda da Bumba VS Reino Animal:
Ontem à noite estava a jantar lá fora com amigos e, na pacatez da conversa, vimos um rato.
Um ratazalhão nojento, enorme, preto retinto – a passear no murinho do jardim mesmo à nossa frente. Com cauda comprida e uma dimensão anti-natura a sugerir mãe ratazana e pai capivara.
Implodi de pânico, guinchei histericamente, implodi outra vez e barricámo-nos dentro de casa (só o gajedo, os machos ficaram lá fora naquela de simular coragem e não dar parte fraca à conta “de um mero ratinho”).
Soltei as feras que são os meus cães para o apanharem. Aticei-os para o sítio onde estava estupor do bicho. Foi assim que descobri que os labradores têm um instinto predador igual ao de um pano amarelo da loiça. Inspeccionaram o local e voltaram com um pauzinho para eu brincar e atirar de volta. Amorosos.
E o ratazalhão ali na boa, a fumar um cigarro e a assistir.
Não sei que feitiçaria é esta que a Natureza está a jogar contra mim.
Mas gostava que soubessem de antemão que depois disto o mais provável é eu falecer.
Pode demorar 1 mês, talvez 1 ano. Depende do tempo médio que o ser humano aguenta a respirar ciclicamente um ar insalubre e saturado de CO2.
Porque, garanto-vos, as portas de minha casa NUNCA MAIS vão abrir. Nem a mais micrométrica ranhura.
E aquelas janelas NUNCA MAIS vão abrir para arejar. Vou isolar tudo e montar um muro à Donald Trump só de armadilhas letais a isolar a minha casa do resto do mundo.
Julgam que não sei que aquelas criaturas elásticas e aparentemente invertebradas conseguem espremer-se tipo folha de papel quando se decidem a entrar em qualquer lado?
A mim não me enganam, ratatouilles nojentos.
Não haverá uma única fresta de contacto com o exterior até aquele estupor aparecer morto numa valeta e eu identificar o cadáver através de uma parede de espelho unilateral.
Eu, Bumba na Fofinha, sou o novo Manuel Subtil da minha casa.