Gosto de horas certinhas.
Gosto de saber o que vou fazer amanhã.
Gosto de ir de férias com casa-de-banho privativa.
Agasalho-me.
Medico-me.
Conduzo com prudência.
Há coisas que não digiro.
Já não compro coisas na Bershka.
(eles realmente põem a música muito alta lá)
Não compreendo o Snapchat. Já tentei mas não sei onde se carrega, não sei voltar atrás, na verdade não compreendo o objectivo nem tenho sequer contactos de amigos para adicionar (porque também eles se sentem velhos como eu, suponho)
A cabeça está cada vez pior mas a memória do corpo está mais vívida que nunca. Uma noite mal dormida são 7 dias inteiros a bocejar e lamentar “aquela noite em que só ferrei 4 horas”.
Um shot de tequila é uma decisão de vida. Quero ficar 48h de ressaca à conta disto? Qual era a sequência mesmo? “Sal – shot – trincar o limão”? Já nem me lembro, e ainda bem.
Já só tenho um corpo, decidi que é melhor estimá-lo.
Gosto de estar em casa.
Ler o fim-de-semana inteiro é um programão.
Sinto-me o avô Cantigas a passar de carro por Santos numa 5ª à noite.
E indigno-me quando vejo miúdas de 13 anos vestidas à senhora.
Até já dou por mim a dizer “andei contigo ao colo” a adolescentes borbulhentas que já foram “assim” (e com uma mão estou a mostrar a minúscula altura que tinham)
Na volta, só me falta pôr um casaquinho de malha com chumaços pelos ombros e perguntar “então e para onde é que a juventude sai hoje em dia?”
Pensando no que escreveste, revejo-ne em quase tudo. Qd estas situações acontecem só penso que “I’m too old for this sheat”…
Posso dizer que também me sinto por vezes velha. É assim. 🙂