1. É ser uma pessoa absolutamente normal no dia-a-dia, mas virar um tarolo de lenha tenso e arrepanhado perante a objectiva de uma câmara fotográfica.
2. É vencer a lei das probabilidades e calhar SEMPRE 1. de olhos fechados 2. a meio de uma frase 3. com cara de pré-vómito ou 4. com o flash a fazer reflexo nos óculos e a substituir a nossa cara por um clarão de luz.
3. É ter de responder mil vezes “É a minha.” quando fotógrafos nos perguntam “Que cara é essa?!”
4. É ser obrigado a posar em fotografias de turma, casamentos e selfies de grupo e ser a única pessoa a destoar do conjunto. Pela negativa, claro. Todas as damas de honor viradas para um lado, nós para o outro. “Agora só a mostrar a perna direita”, e lá estamos nós a arrefinfar-lhe uma esquerda. É ser, por anos e anos vindouros, a cabecinha na multidão para quem todos apontam – “ahahah ficaram todos bem menos tu! ahahah”.
5. É não possuir um sorriso 33. Ou, pior, é ser a pessoa que tenta fazer uma duckface e sai uma outra-sorte-de-animal-face (mais da família dos batráquios).
6. É ter alguém a gritar-nos indicações autoritárias – “mostra os dentes!” “vira-te mais de lado!” “Faz uma expressão natural!” – e nós, já a suar do bigode, obedecermos de maneira forçada e trapalhona, amarelando o sorriso, abrindo os olhos de forma creepy ou arqueando sinistramente as sobrancelhas, até ficarmos com uma expressão feita de plasticina, francamente assustadora, em que parece que os elementos da cara não combinam. Estão a ver quando o Mr.Potato Head do Toy Story deixava cair as coisas e encaixava tudo no sítio errado? Tipo isso.
7. É ser a pessoa a quem cortam a cabeça na selfie de grupo. E se calhar foi melhor assim.
8. É ser, naturalmente, a pessoa a quem fazem pares de cornos.
9. Em estado de embriaguez, esta ausência de fotogenia vira patologia e redunda em fotos nossas, muitas vezes do domínio público, num estado de decadência muito mais grave do que a bebedeira real. Falo de olhos revirados, ângulos corporais impossíveis e, não raras vezes, um olho a fugir para Xabregas.
10. É celebrar mentalmente quando alguém anuncia “Agora com careta!”. Enfim posso ser eu mesma.
No meio disto tudo há uma coisa boa (uma apenas):
Somos muito mais atraentes na vida real. *wink*
Acabei de a descobrir através da “Desabafos da Mula” e vou voltar. O que já me ri lendo alguns dos posts!!!
Seja bem-vinda 🙂
O primeiro e o segundo itens são a minha cara… 😀
AHAHAH o que eu me ri com este post! Este e os anteriores que andei a ler nos últimos dias… Á espera do próximo 😉
Adorei, haha, é que é mesmo assim! Eu sofro desse problema. E também é uma alegria quando dizem “agora com careta”. O horrível é que as pessoas dizem “então vá, vamos tentar outra vez, agora tens de ficar bem” – enquanto uma pessoa pensa que não consegue melhor que aquilo. É que o espelho mostra-me uma coisa (que não é má de todo) mas o raio da máquina dá-me outra imagem completamente diferente! É um problema. Já pensei que talvez só tenha de treinar poses para fotografia, mas dada a minha falta de paciência ainda não aconteceu.
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