Aquela peça de vestuário mais frágil que uma mariposa anémica.
Agora a sério: já alguém pensou na ridícula logística que implica vestir um par de collants?
O ter de enrolar tudo em argola primeiro, para ceder passagem à ponta do pé, não vá uma unha abrir um rasgão pelo caminho.
O ter de puxar cerca de 100 vezes com excessiva delicadeza o tecido frágil durante a eternidade que dura o percurso tornozelo-canela, canela-joelho, joelho-coxa, coxa-cós, cós-cintura, sempre a suar do bigode com o risco de malha eminente.
O ter de aguentar o desconfortável efeito de garrote na cintura, que tatua a costura na pele de tão apertado que está e, não raras vezes, entala o intestino delgado de tal forma que inverte o sistema digestivo.
O ter de levar 3 pares sobressalentes não vá um deles decidir abrir um trilho da virilha ao pé a dar-nos o toque que faltava para sermos a nova Fabiana do Viking.
O ter de aturar o cós do collant a escorregar impiedosamente pela perna, trilhando o seu caminho pela virilha abaixo quase até ao joelho; e como ainda não é socialmente aceitável levantar a saia e arrepanhar aquilo em público, toca de aguentar o contacto chicha-com-chicha e consequente efeito de estufa até à miragem do WC mais próximo.
É que nem um monge tibetano aguenta uma provação destas.
Os collants não trazem ao de cima o melhor de uma pessoa. Uma mulher que veste um par de collants ganha fobias às coisas mais insólitas, tipo a cantos das cómodas, mobiliário urbano e às suas próprias mãos e pés.
É uma vida condenada ao temor, à ansiedade e à auto-censura.
Portanto, resumindo e baralhando: é só capaz de ser a pior invenção de vestuário de sempre.
Digo eu, que acabei de arruinar 2 pares num espaço de 6h. Palavra que sim.
Claramente nasci para vestir calças com joelheiras, não collants de vidro
Quando eu trabalhava no Hotel, era o terror com os collants!!! Não ganhava o suficiente para me sustentar a mim, ao meu carro e aos meus collants. Demiti-me.
Muito bom! As desventuras que se aplicam a qualquer mulher!