Diz-me que álcool ingeres, dir-te-ei que idade possuis #2

Classe dos 18 aos 24 – O culto a uma só deusa 

A idade das catastróficas festas da faculdade que, por si só, desvendavam no título a bebida-mãe que as regia: a cerveja. 
Litros e litros dela, que motivavam litros e litros de chichi, que formavam filas e filas de gente para aqueles focos de DST’s que eram os WC descartáveis. 

A idade em que se inventavam 77 sinónimos para a buja, a loira, o fino, a jola, a bjeka, a birra, o elixir da vida.

A idade das ridículas canções de mandar emborcar – “se o não-sei-quantos-quer-ser-cá-da-malta lai lai lai” – que grupos de bêbados entoavam em coro empoleirados uns nos outros – “Imaculada senhora dos pastéis, PASTÉIS! Faz com que o vinho lai lai lai” – e era sempre um momento altamente awkward para os restantes clientes sóbrios do restaurante.

A idade de fazer botellón e de comprar litrosas no indiano antes de entrar na disco porque era mais barato, só que era preciso engoli-las a uma velocidade galopante para não deixar a jola “morrer”.

A idade de andar em discotecas à pinha a fazer equilibrismo com uma rodada de jolas nas mãos, minuciosamente equilibradas entre os 10 dedos (eram sempre três jolas dispostas em triângulo, e às vezes uma quarta presa nos dentes), por entre uma multidão aos encontrões. Só uma cabeça fortemente embriagada acharia possível chegar ao destino com 4 jolas intactas – alguém no seu perfeito juízo saberia que o desfecho era entornar metade, chegar com um riacho de nódoas da camisa às calças e meia-jola em cada copo, perante um grupo de amigos enfurecido a reclamar “Já bebeste metade da minha &%#&%!!!”

A idade do fascínio pelos jogos para beber – o ring of fire, o um-limão-meio-limão, o fui ao mar colher cordões, o beer pong, mão direita é penálti, mão esquerda é penálti, com o pé também é penálti – e as outras 1001 regras inventadas no momento com o único propósito de fazer perder os outros. E era evidente que depois de mandar 8 canecas abaixo a pessoa ficava sem conseguir articular o seu próprio nome quanto mais trava-línguas.
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Para a semana falo da última e mais picuinha das classes: os 25 e por aí fora.

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