Questões que me corroem por dentro:
Agora que a época de casamentos está a chegar, há injustiças que encanitam. Nomeadamente a questão da logística fêmea VS logística macho no que à indumentária diz respeito.
Analisemos ao detalhe as tarefas que cada um tem pela frente:
Homem:
1. Usar o fato de sempre.
2. Escolher uma das 3 gravatas de sempre.
3. Tomar um banho para não cheirar a cavalo
4. Fazer a barba.
5. (já a roçar o metrossexual) Passar um pente.
Mulher:
1. Escolher um vestido num universo de 1476174. Só que tem algumas regras: não pode ser branco porque compete com a noiva, não pode ser muito “noite” porque o casamento é de dia, não pode ser descascado atrás porque vê-se o soutien, não pode ser sem soutien porque notam-se os pipos, e não pode ser slutty porque pronto. Restam-nos 4 ou 5 no mundo, e, regra geral, ou assentam mal nas ancas ou ficam a nadar no mamaçal.
2. Escolher sapatos de salto, e inventar palmilhas (mas dói na mesma) e meias de descanso (não funcionam) mas trocar logo para os rasos, muitíssimo antes do planeado. Escolher rasos aceitáveis, que não tirem todo o glamour ao resto.
3. Escolher a écharpe, a pochete, os brincos/colar/anel/pulseira e o Diabo a sete respeitando rigidamente os pantones do vestido e dos sapatos. Duvidar mil vezes se “não será demais”. Escolher anéis da avó para passar o tempo todo com medo de os perder. Escolher brincos pesados como bigornas que provavelmente vão rasgar o seu caminho para fora do lóbulo.
4. Marcar manicure e pedicure. Escolher pantone consoante o vestido, a écharpe, a pochete, os brincos e o colar. Agir como um T-Rex até ao dia do casamento, usando as patas o menos possível para não descascar o verniz.
5. Marcar cabeleireiro. Escolher um penteado. Levar referências. Poluir a estratosfera com 45dl de laca.
Penteado original já é irreconhecível a meio da homilia.
6. Tratar da maquilhagem. Escolher tons. Tentar não chegar ao final a parecer um traveca. Tentar não coçar involuntariamente. Tentar não chorar de comoção para não borrar (o ideal é avaliar os frescos do tecto da capela enquanto a amiga noiva caminha para o altar – nunca fiando)
7. Montar toda esta estafadeira em menos de 4h.
Só apetece chegar ao cocktail, virar 4 gins e acabar a noite a dançar descalça, sem penteado, com maquilhagem tipo Joker do Batman, a lançar loucamente as pernas à can-can ao som de “I Will Survive”.
E até sobrevivemos, apesar de tudo.
Fazer a barba?! Não quererá dizer aparar a barba?!
E depois há as meninas que tem de ouvir os “seus” homens dizer bem de quase todos os vestidos, gostar ainda mais do mais sexy e estar mais preocupadoS com a lingerie e se a podem despir no fim do copo de água…
Boa sorte com isso.
genial! Chorei a rir 🙂
E que tal pensar que:
– os homens aguentam um fraque / fato e gravata quando estão 30º à sombra (e quando é fraque, não vale “esquecer” o forno do colete;
– as mulheres vão com umas cenas frescas, pernas ao léu, etc.
Ah, e tirar o casaco à mesa é uma selvajaria. Até na pista de dança, mesmo com um bafo do pior. Vá, quanto muito depois de os tios começarem a bazar lá se pode permitir essa liberalidade. Nessa altura já suámos um litro…