Conversa ouvida na rua entre dois adolescentes no engate:
Ela: Eu acho que tu és só garganta…
Ele: É isso que tu achas?
Ela: Eu acho. Porquê, não é?
Ele: Não sei, diz-me tu…
Ela: És tu que tens de me dizer, desculpa lá..
Ele: Mas porque é que queres saber?
Ela: Não quero. Mas não achas que devias dizer?
Ele: Não sei, devia?
Ela: …
Apre, não têm saudades destes diálogos de engate em que nenhuma das partes se quer chegar à frente e ficam eternamente neste limbo de provocações picantes, subentendidos codificados e propostas subliminares, que querem dizer tudo mas não querem dizer nada, o mais ambíguas e enigmáticas possível?
Observei o puto com atenção: debaixo daquele acne todo o sangue pulsa-lhe nas têmporas com medo de perder a oportunidade de saltar para a espinha da moça.
Observei a moça, por seu turno: conseguiu simular uma certa coolness mas claro que vai chegar a casa e convocar as 7 amigas para juntas analisarem o sujeito e predicado de cada frase proferida.
É que depois desta trama tão rebuscada, tão cheia de entrelinhas, e 2as, 3as e 4as intenções, eu tenho a certeza de que nenhum deles percebeu patavina daquilo.
Limitaram-se a viajar juntos na maionese – o que é, de resto, um início de relação bem promissor.
Só que a avançar assim só lá para Outubro é que rola.
LOL!!! Tu és demais!!! Beijinho.
Para já eu bem queria “postar” (?!!) um “Gosto”, só que já me esqueci como é que é, e só me pedem chatices de dados pessoais, etc… Enfim GOSTO!
Acho piada é como é que a bumbeira-mor conseguiu fixar o diálogo todinho… será que gravou? ou é apenas a tal imaginação fértil, e/ou dedução do diálogo altamente provável, ante o perfil dos “actores”??