Questões que me corroem por dentro:
Porque é que o macho lê na casa de banho?
Isto é, porque é que o macho faz uma associação inequívoca entre largar o número 2 e o momento consagrado à leitura?
É que, se virmos bem, é um pouco insalubre largar um número 2 e optar deliberadamente por ficar num recinto fechado em amena convivência com o dito.
É que há machos com autênticas livrarias de casa-de-banho. E há outros que jogam, e se recusam a abandonar o trono enquanto não passarem de nível.
E assim se passam 45 minutos de calças para baixo, com o material obrado ali, naufragado, indigno, à espera da derradeira misericórdia do autoclismo (ou da morte por asfixia do autor).
E o macho, que até podia ler na praia, no comboio ou nos seus aposentos, não senhor – só conhece uma forma de leitura, de preferência ligeira (BD ou jornal desportivo) e ela é extravagante e criteriosa:
1. O macho deve estar nu da cintura para baixo
2. O macho tem de estar em espaço fechado forrado com azulejos
3. O macho tem de pousar o befe num tampo de porcelana (que no inverno está a gelar) e senti-lo como a poltrona mais confortável do mundo
4. O macho tem de estar em constante inalação do seu auto-pivete, ao qual é estranhamente imune
5. E 20 páginas depois, nunca lhe ocorre pensar que este ritual pode ser um tanto quanto badalhoco.
É que havia formas mais maneirinhas de tortura na época medieval.