Hoje vou falar sobre um conjunto de pessoas importantíssimas na nossa sociedade: as visionárias. É comum termos uma na nossa vida, seja amiga, conhecida ou familiar.
A visionária é aquela pessoa que acha que tem uma intuição acima da média. No meio de um grupo de amigos, é aquela que está sempre “com um feeling” que qualquer coisa coiso.
Qualquer coisa que aconteça, do 11 de Setembro ao divórcio dos Silvas, ela já tinha tido um pressentimento a respeito, isto veio apenas confirmar o seu palpite. Normalmente é um dom que lhe assiste desde pequena.
É aquela pessoa que anda de carro e grita de repente “Ai, tive um déjà vu” enquanto todos olham à volta à procura de algum significado para aquilo. Ela, de mão no peito e semblante solene, conclui que não há coincidências e que tudo acontece por uma razão. Os outros ficam à nora.
A visionária costuma perguntar-nos o nosso signo e logo depois o nosso ascendente, e perante qualquer resposta nossa – é mesmo indiferente, pode ser ascendente “Pequeno Pónei” – levamos sempre com um ah, bem me parecia, num gesto de assentimento de quem intuiu uma série de coisas sobre uma série de situações da nossa vida – amor, saúde, dinheiro – normalmente elucidativas do nosso óbvio mau feitio.
Ela nunca dorme realmente, antes conversa de olhos fechados com o astral e depois acorda para nos brindar com uma série de relações causa-efeito sobre aquele sonho em que lhe caíram os dentes, e aquele em que ela estava nua em público.
No geral, é uma pessoa que se arrepia mais do que as outras. A pele-de-galinha assiste-lhe com mais regularidade. Mas sempre por coincidência astral, nunca por uma eventual brisa fresca ou corrente de ar.
As visionárias da sociedade vão ler este artigo e vão-se arrepiar todas, porque sabiam desde pequenas que um dia iam ler algo assim.
Espetáculo! Bons posts!