…porque não fumo. Mas parece que ando lê-las há muito tempo, porque acontecem maravilhas por lá.
Não sei se já repararam, mas cada vez que o grupinho de fumadores volta da pausa, parece que veio da abraçoterapia. Não sei se é pelo facto de estarem confinados a 5 minutos seguidos de convivência, se é o próprio cigarro a promover o bacanismo no local de trabalho. Sei que voltam todos íntimos e fofos, chefes e subordinados, cheios de cumplicidade e private jokes. Convidam-se para jantar e mandam-se pistolinhas com as mãos, porque o que acontece no cigarro fica no cigarro. Enquanto nós, não fumadores, viramos gordinho do recreio.
Já testemunhei, com estes olhos que a terra há-de comer mas preferia que não comesse já: dois colegas arqui-inimigos, no momento em que colocaram o night na boca, ficaram buddies. O cigarrinho foi o mergulho imediato no eu-cá-tu-lá – arranjas-me um, tens isqueiro, ah ah, só não tenho pulmão – e ficaram ali a privar sobre a nicotinagem, e o facto de terem mau-hálito e menor esperança de vida.
Mas a coisa não fica por aí. Lá em baixo, parece que há uma espécie de portal mágico para a boa-vontade profissional. Tudo o que é preciso é um desabafo sentido, uma fofoca das boas, o timing perfeito e uma dose final de lambe-botismo – tudo entre uma baforada e outra – e voilá, pessoas promovem pessoas. Juro-vos. Já houve relatos de pessoas que foram à pausa júniores e voltaram da pausa séniores! E depois dão a desculpa do networking, muito embora seja “not-working” (e olha que belo trocadilho).
Se é para isso, não me importava de varrer um volume de SG Ventil. Para quê ter pulmões saudáveis se nunca vamos ser chefes?
Temos de estar conscientes desta ameaça. E porque a Bumba é amiga, aqui ficam algumas soluções para este flagelo no local de trabalho:
Nota de rodabumba: tudo isto é uma brincadeira. Façam o favor de não me levar a sério… é sexta-feira, caramba 🙂
O grande problema surge quando estamos no nosso primeiro dia de trabalho e somos a única pessoa que não fuma… Oh meu Deus! Mas o que é que vamos fazer na pausa? Para onde é que vamos? Com quem vamos criar networking? (Eu também não sou das que sacrifica um pulmão… ou os dois).