O milagre de juntar a mais desmembrada das famílias. Porque há sempre o irmão emigrante que volta. E o tio workaholic que não tem desculpa para trabalhar, não naquele dia.
É comer, comer, comer e giboiar durante as horas da digestão, na conversa em frente à lareira, com as pálpebras pesadas do sono. É não ter horas para voltar a comer, porque nunca se chegou a parar, realmente.
É rir com o dilema no cérebro da criançada quando espreitam pela chaminé e não concebem que por ali caiba a balofa silhueta do Pai Natal … mas ele lá chega, pela porta convencional, e não é que é francamente parecido com o nosso tio, a voz, os olhos, a avantajada pança…
É ver os filmes do costume pela oitava vez e gostar.
É, para alguns, ir à única missa do ano.
É estar juntos e deixar o Facebook de lado para, uma vez na vida, conversar.
E é, regra geral, um feriado feliz. Com a mais completa das celebrações sensoriais, para deleite do nosso nariz que baba com o bacalhau, para os nossos ouvidos que repicam com o rasgar de embrulhos, para os nossos olhos que mal podem crer que o irmão emigrante está mesmo ali em carne e osso, e para nossas mãos que o enroscam num abraço apertado – demasiado apertado para uma barriga a abarrotar.
Este Natal, façam o favor de ser felizes com a vossa família!
Abreijos natalícios da Bumba