Se há coisa que me maravilha no Linkedin é que podemos ser quem quisermos. Estar no Linkedin é como brincar ao faz-de-conta com profissões, usando anglicanismos bonitos. Não se é padeiro, é-se junior bread assistant, reportando ao senior bread manager.
Ao longo desta tenra carreira, aprendi que no Linkedin é obrigatório ser-se co-founder ou owner de alguma coisa, senão manda aquele pivete a plebeu. É preciso ser-se manager de alguma coisa, mesmo que seja do nosso tamanho das unhas ou da ração da Pantufa. Eu, por exemplo, sou co-founder das limpezas lá de casa (e da ausência delas também, embora como consultant apenas). Estão perante uma líder no management dos ácaros, expert em cotão avançado, CEO do toalhete anti-gordura.E no entanto não me gabo.
No Linkedin há que possuir baita skills, uma montanha delas, porque de alguma maneira ali não faz mal pecar por excesso. Nos idiomas possui-se de fluência para cima, sem descurar o pino a falar mandarim e o excelente comando do dialecto dos P’s – Bumpumbapa napa Fopofipinhapa.
E depois há as recommendations, o verdadeiro arraial de lambe-botismo. O subordinado tira o lustro às qualidades da chefe, assegura que ela é proativa e dinâmica (as características mais desprovidas de conteúdo que alguma vez se inventaram no planeta dos CV’s ), o peito dela cresce de orgulho, o subordinado espreita o decote, a superiora gosta de moçoilos novos e voilá, dias mais tarde surge um endorsement, que sabemos ter sido materializado no WC da sala de reuniões – “ele é firme” (ao nível abdominal) “metódico” (nos quadris) “e flexível a trabalhar” (faz a espargata). E o Linkedin não mente, por isso o jovem só pode ser competente.
E as nossas connections que estudaram em Cuba?
…. Do Alentejo?
Já pensei mudar a minha profissão para Bumbeira, uma bombeira com U, que deriva de Urticária, a irritação de pele que me assola perante tanta pinderiquice. Duvido que alguém levantasse objecções.
Opah, tão bom!! 🙂
Adoro Linkedar-me ao Bumba!!! Ass: JMS, PhD, CEO, SOS, SLB, Farfans
Muito bem visto!