Uma vez uma professora disse-me que “a carícia é a ausência de carícia”.
Porquê? Porque nunca seria uma carícia se pousássemos simplesmente a nossa manápula na bochecha de alguém e a deixássemos lá, inerte e sem vida. A carícia só se consuma quando retiramos a mão e voltamos a colocar, retiramos e voltamos a colocar, e assim sucessivamente.
Como isto fez um sentido tremendo para mim na altura, quis ir mais além na analogia.
Estive a pensar, e a celulite é, na realidade, uma benção. Porque ao ser uma cratera na pele é, da forma mais metafísica possível, uma ausência de gordura. Um espaço vazio no continuum da massa adiposa.
Pode-se ficar um batoque no resto da superfície corporal mas ao menos ali, naquelas pequeninas depressões lunares, é-se magro e esbelto. São vários centímetros cúbicos plenos de prazer.
E ainda há mulheres a queixar-se.
Ahahaah adorei o “Um espaço vazio no continuum da massa adiposa.” Obrigada por este bocadinho.
hahahahahahahahah “Pipi vs. Pirilau”, Pirilau parece o nome de um herói da mitologia grega…
“Ó Musa, ajuda-me a cantar os grandes feitos de Pirilau, que enfrentou a Hidra e a Medusa de medonhas carrancas nos despenhadeiros da Arcádia, terra de alegres pastores” hahahahahahahahahahahahahahah