O que é feito do Pico, do Capitão Estrela e daquela abelha em ácidos dos Cheerios? E o tigre Tony dos Frosties, com o lenço encarnado ao pescoço, que parecia o mais bem-resolvido deles todos?

É que nunca mais os vi, estou convencida de que foram completamente banidos da televisão. E vê-los nas embalagens dos cereais é só de vez em quando e a espreitar discretamente por trás da tijela, com miaúfa. Será que se reformaram e agora vivem todos juntos numa tigela XL cheia de leite e misturam choco com frostie, ao estilo Woodstock?

A minha teoria:

– o Capitão Estrela despiu finalmente aquele fato da NASA comprado nos chineses e passou a ser um cão normal, que baba e cheira rabos, sem tendências alienígenas. A voz já não é a do Miguel Guilherme versão super-herói, mas apenas a de um ladrar comum (aqui entre nós: aquilo era realmente um cão? Alguém sabe ao certo que mamífero é aquele?)

-O Pico continua a a dar-lhe no cavalo, porque aquilo de primeiro ser seara de trigo e depois “fez-se o Chocapic” à distância de um puff é coisa para meter estupefacientes. O Estrela cheira rabos, o Pico cheira puffs, daí a Nestlé ter corrido com ele, já vi detenções por menos.  O rapaz loiro com quem contracenava nos anúncios é agora Ministro de alguma coisa. Em Portugal, melhor do que um diploma saído nos cereais é um diplomado saído dos cereais.

– o Tony the Tiger deve fazer parte dos Village People das mascotes de cereais, não há dúvida alguma, porque um tigre de lenço ao pescoço é um bocado rabolas. Estou certa de que aquele lenço (a que Tony chamará de cor “fúcsia”) está ali para fazer as vezes de cowboy, marinheiro ou qualquer outro people lá da Village.

Tenho saudades deles. Parece que agora só se podem comer aqueles cereais com 99% de fibra, que ainda não demos a última colherada e já desatámos a correr para os lavabos com as nalgas contraídas, tamanho é o desgoverno a nível intestinal (nada a ver com o que nos vendem os anúncios da Activia, cujas protagonistas ostentam aquele ar de quem não dá puns e se gabam de possuir um relógio biológico mais pontual que o Big Ben).

Voltem, mascotes.