“És fofinhuhh, Mor” já dizia Camões

No meio é que está a virtude. E a virtude que é falar português como deve ser não tem sido apanágio de todos.

Vamos falar sobre as pessoas que gostam de roubar letras às palavras. Como por exemplo a letra A, em palavras como “Miga”, ou “‘Mor”. Assim sem mais.

Ora, este é o novo desporto de alguns indivíduos e indivíduas: o de jogar à forca com a língua portuguesa, mas no lugar do lápis usam borracha ou tipex, para apagar risquinhos a seu bel-prazer.

Estas pessoas acham que já lá vão os dias em que escrever AMOR era assim __ __ __ __. Não senhor, os reis do tipex,  padroeiros da linguística prá-frentéx, apresentam-nos um ‘ __ __ __. E nós, pobres fiéis do dicionário, claro que acabamos enforcados, já depois de nos terem desenhado cabelo, mamilos e umas quantas marcas de acne.

São palavras que sempre se conheceram com quatro letras, e vai o indivíduo e extermina uma ao calhas. Às vezes até deixam de ser esdrúxulas, porque se lhes rouba a sílaba métrica.  Devem ser gozadas pelas graves e agudas no recreio. Eu se fosse palavra ficava danada.

E no meio disto, quem gostaria de acabar enforcado era Camões. Ou que lhe extorquissem o olho esquerdo também, para não dar de caras com Migas, Môres, Kidas ou Ninas no dia-a-dia.

Vamos falar também sobre as pessoas que pecam por excesso. Aquelas que optam pelo desporto de acrescentar letras de forma anárquica. Como aquelas que dizem “Migah” ou “Môri”. Ou que chamam ao namorado FohfuXuhhhhhh. Imagine-se o ar que teríamos de inalar/expelir para tornar este ditongo verosímil a nível verbal.  Que trânsito tremendo a nível respiratório. A ser assim, a língua portuguesa seria o passaporte para a flatulência, e só Deus sabe que o bedum da crise já cheira mal que chegue.

Senhores, repito: no meio é que está a virtude. Escrevam “AMT” e parece sigla de Associação de Medicina Testicular. Escrevam “Amuh-teh” e parece apelido de terrorista da Al-Jihad. Desde quando é que o velho “Amo-te” passou de moda?

Resposta: N__N__A.

(pistas: a vogal que falta não é A, E, I nem O;  e a consoante encontram, com alguma sorte, na palavra “cócórócócó”)

Abreijos,

Bumbahh na Fohfinhahhhhh 

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